segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Niemeyer aos 101 anos inventa moda e cria polêmica!!!


























Oscar Niemeyer tem obras espalhadas pelo mundo inteiro. Mas uma, para ele, é especial: a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com seus palácios futuristas, o congresso, a catedral... Uma verdadeira galeria de arte do maior arquiteto brasileiro.

A paixão é tão grande que ele, que tem pavor de avião, encarou aos 101 anos, uma viagem de carro de mais de mil quilômetros para visitar a cidade em dezembro. Foi quando teve a idéia de criar mais uma obra na Esplanada: a Praça da Soberania.

Pelo projeto, a praça seria construída a 400 metros da rodoviária do plano piloto, ao lado do Museu da República. O prédio em curva abrigaria um memorial de ex-presidentes da república. E um obelisco de cerca de cem metros de altura completaria o conjunto arquitetônico.

E aí é que começa a polêmica. Muitos arquitetos entendem que a praça vai bloquear a visão do Congresso Nacional. E isso fere o projeto original da cidade. O urbanista Lúcio Costa criou a Esplanada com um canteiro central livre de construções para que o Congresso seja visto de longe. A arquiteta Sylvia Ficher, da Universidade de Brasília, condena o projeto. “Ele cria uma discordância naquele conjunto que é bem caracterizado, é um conjunto típico do urbanismo de fins da década de 1950, começo dos anos 1960 e ele não tá precisando, não tá fazendo falta essa praça”, comenta Sylvia Ficher, arquiteta - UNB.

O diretor do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional em Brasília nem quer entrar na discussão. Pra ele, por Brasília ser patrimônio cultural da humanidade...

“Ali não pode construir nada. Nem uma cabaninha, nem o que for. Isto é o tombamento”, diz Alfredo Gastal, superintendente do IPHAN.

Tem aqueles que defendem a praça. “Esse projeto do Oscar Niemeyer simplesmente ele eleva a condição estética da Esplanada como um todo”, fala Cláudio Villar de Queiroz.

E há também saídas alternativas. Maria Elisa, a filha de Lúcio Costa, parceiro de Niemeyer na construção de Brasília, gosta da ideia da praça, mas sugere que ela fique em outro lugar.
“É uma reação que não quer que mexa naquela música original. Sabe como? Como diz assim: olha, minha paisagem é essa. Essa eu gosto. Essa eu tô acostumado. Não mexe. Não mexe. Não é uma coisa assim, contra!!! É uma coisa que: ali não, ali não... Não mexe, tá bom!”, diz Maria Elisa Costa, arquiteta.

Niemeyer está surpreso com as reações e argumenta em defesa de sua criação. Num artigo publicado no Correio Braziliense diz que “a briga está boa, cada um defendendo seu ponto de vista, mas que ele não vai desistir da luta”.
Fonte: globo.com

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